"A cada 30 segundos uma pessoa é vítima do Tráfico Humano" - A21

Por parecer irreal e distante, pouco se fala sobre o Tráfico Humano, mas é fato que o assunto é sério, atual e está mais perto do que imaginamos.

Segundo pesquisas recentes, nunca o número de pessoas traficadas foi tão grande quanto na atualidade.  De acordo com a organização A21, o tráfico de seres humanos é a indústria criminal que mais cresce no mundo, movimentando mais de $150 bilhões de dólares por ano.

Como nós, Missão Adore, atuamos em países com índices elevadíssimos de comércio humano, elaboramos um texto que aborda o tema de modo simples, claro e objetivo.

O QUE É O “TRÁFICO HUMANO”?

O Tráfico Humano é um crime organizado onde seres humanos são comercializados, controlados e explorados de diversas maneiras. O crime acontece com maior frequência nos países mais pobres, onde os governos são fracos ou indiferentes, e em sociedades onde o respeito pelos direitos humanos e a dignidade é superficial.

O QUE ACONTECE COM ESSAS PESSOAS?

As pessoas são comercializadas para diversas finalidades. As mais conhecidas são:

ESCRAVIDÃO

Apesar de acreditarmos que a escravidão, depois de alguns processos históricos e da criação dos Direitos Humanos, é um assunto vencido, o processo  onde a pessoa é tida como propriedade destinada ao serviço forçado ainda acontece.

Em uma pesquisa recente feita pela Walk Free Foundation, existe, hoje, cerca de 40 milhões de escravos no mundo.

Segundo Kevin Bales, professor na Universidade de Nottingham e cofundador da Free the Slaves, o preço de um escravo no ano de 1.809 era $40,000 (cerca de R$129.000,00); hoje, o preço de uma pessoa tida como escrava é de $90 (cerca de R$290,00).

EXPLORAÇÃO SEXUAL

O tráfico sexual é a exploração de homens – esse em quantidade muito menor se comparado às mulheres -, mulheres e crianças dentro das fronteiras nacionais ou internacionais, para fins de trabalho sexual forçado.

A exploração sexual comercial, a qual inclui pornografia, prostituição e escravidão sexual, é caracterizada pela exploração humana em troca de bens ou dinheiro. Todos os anos, cerca de 800 mil mulheres e crianças são traficadas por fronteiras internacionais para esse fim.

A idade média de um adolescente que entra no comércio sexual é de 12 a 14 anos; grande parte, garotas que foram abusadas sexualmente quando crianças.

COMÉRCIO DE ÓRGÃOS

A comercialização ilícita de órgãos tem se tornado um negócio em expansão no século 21 e afeta o mundo todo.

O crime acontece quando a pessoa comercializada  tem partes do seu corpo mutilado para obtenção de lucros no “mercado de órgãos”.  Estima-se que 15.000 a 20.000 rins são vendidos ilegalmente a nível mundial a cada ano, de acordo com Organs Watch, um grupo de direitos humanos em Berkeley, na Califórnia, que rastreia o comércio de órgãos ilegais.

CRIANÇAS SOLDADOS

Nos últimos 15 anos, o uso de crianças-soldados se espalhou em diversas regiões do mundo devido aos conflitos armados.

Grande parte das crianças traficadas para combates em guerra são meninos (a presença de meninas nesses locais constituem cerca de 10 a 30%).  Embora seja impossível definir um número exato, é certo que milhares de crianças são comercializadas ilegalmente para esse fim.

Alguns dos países que relataram uso de crianças-soldados desde 2011 são:  Afeganistão, Colômbia, Índia, Iraque, Tailândia, Sudão, Síria e Iêmen.

COMO A MISSÃO ADORE TRABALHA NA PREVENÇÃO DO TRÁFICO HUMANO?

A Educação desempenha um papel fundamental na prevenção da comercialização humana. Crianças e adultos analfabetos, ou não educados, são mais suscetíveis à vitimização, principalmente nos países asiáticos, onde há os mais altos índices desse tipo de violência.

Outro quesito importante é a segurança que a criança tem ao frequentar uma escola. Lugares onde há organizações criminosas de Tráfico Humano, uma criança exposta, sem a supervisão de um adulto, é alguém extremamente vulnerável.

Através da construção de escolas nos países onde estamos, prevenimos fortemente o contato dos traficantes com as crianças, fazendo com que elas estejam em um ambiente seguro ao invés de estarem nas ruas.


por Luciana Leitão

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