A história de um homem que buscou Deus nos templos budistas e o encontrou na vida e nos ensinamentos de Jesus.
“Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede.” – João 4:14a
Aos 9 (nove) anos, durante os longos períodos de trabalho nos campos de arroz, algo dizia para Sopheak que a vida era bem mais do que ele imaginava, uma sensação de que, talvez, existisse um Deus, um Criador.
Sopheak nasceu no Camboja, uma nação predominantemente budista. Sua infância e adolescência foram cercadas de lições e instruções vinda dos monges, homens que dedicam suas vidas às tarefas dos mosteiros e aos ensinos de Buddah.
Com uma sede imensa dentro da alma, Sopheak sempre esteve imerso em rituais de devoção a Buddah, mas nada parecia preencher essa lacuna, esse vazio que Sopheak sentia. A alma de Sopheak pedia por um Deus que ele, até então, desconhecia.
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Quando cursando o Ensino Médio, Sopheak adoeceu de uma doença rara e sem cura. Os médicos, desanimados, disseram que não havia esperança, que em poucos dias a sua vida chegaria ao fim.
Como resposta a possibilidade da perda de um filho, os pais de Sopheak entregaram-se completamente aos rituais e promessas a Buddah. Como desconheciam Jesus, tudo o que tinham era um pouco de esperança e alguns incensos. Foram dias de desespero e pranto.
Aos poucos, como um milagre, Sopheak começou a recuperar-se e, quando saudável, pediu aos pais que permitissem seu ingresso no monastério. Sopheak queria oferecer todos os seus dias nas tarefas dos templos e voltar-se ainda mais às buscas que carregava dentro de si.
Pensando que a vida do filho tinha vindo das promessas feitas nos templos, a escolha de Sopheak foi aprovada pelos pais, desde que ele estivesse disposto a trabalhar para adquirir seu primeiro sanghati, seu primeiro manto, sua primeira veste de monge.
Sopheak e sua família carregavam uma alegria imensa pelo fim da doença, mas – diferente do que pensavam – não tinha sido Buddah o feitor da cura.
Jesus estava se aproximando cada vez mais de Sopheak, e o encontro não demoraria muito para acontecer.
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O preço da roupa que tornaria Sopheak um monge custou um ano de trabalho na lavoura.
Curvar-se diante da terra, repetidamente, para pôr e colher grãos, vezes debaixo de um sol cambojano estarrecedor, não parecia uma tarefa difícil quando imaginava-se nos templos, vestindo seu sanghati laranja, caminhando entre as luzes foscas e quebradas que tocam o chão dos templos de Buddah.
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Quando monge, seu crescimento no budismo foi rápido e, em pouco tempo, já se tornara referência de dedicação, conhecimento e fé. Inúmeras pessoas aproximavam-se para pedir conselhos, outras para entender a filosofia budista, os monges o tinham como mestre.
No ápice da sua vida monástica, Sopheak lembrou de uma promessa que tinha feito aos seus pais quando adolescente: quando com a vida estabilizada, iria para uma universidade.
Para cumprir a promessa, Sopheak preparou um sucessor e iniciou sua busca por um emprego, a fim de pagar seus estudos.
Foram dias distribuindo curriculums e o único trabalho que encontrou foi dentro de uma escola cristã, onde o diretor era, também, pastor.
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Tudo corria bem. As aulas, o convívio com os professores e os estudos, até que Sopheak teve um problema onde morava e não tinha para onde ir. O pastor, sabendo da situação, ofereceu.
-Sopheak, você pode morar dentro da igreja onde ministro até encontrar um lugar para ficar.
Sopheak tinha grande resistência a respeito do cristianismo, não permitia que sequer falassem com ele sobre a Bíblia ou o nome de Jesus, mas não havia outra saída.
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Depois de mês morando na igreja, o pastor, sabendo da importância religiosa de Sopheak na região, fez uma proposta:
-Sopheak, o que você acha de nos encontrarmos uma vez ao dia, você me ensina sobre o Budismo e eu te conto sobre o que a Bíblia diz a respeito de Jesus.
Sopheak aceitou.
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“…a água tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna.” João 4:14
Os encontros eram diários, todos os dias Sopheak contava o que tinha
aprendido nos livros budistas, ouvia a respeito de Jesus e fazia perguntas.
Foram 8 (oito) meses ouvindo sobre o Evangelho, sobre a cruz, sobre o grande amor de Deus pelo humano. E durante 8(oito) meses, Sopheak dizia ao pastor e a si mesmo: -Eu não vou aceitar Jesus, eu adoro Buddah.
Apesar da negativa diante do Evangelho, alguma coisa estava mudando dentro de Sopheak. O Espírito Santo movia-se em situações diversas fazendo-o pensar sobre cada detalhe da sua vida, envolvendo-o dentro do grande amor e graça de Deus até que, no nono mês, Sopheak quebrou todas as barreiras da sua alma:
– Eu não aguento mais fugir, eu não aguento mais lutar, eu quero entregar a minha vida ao Senhor Jesus!_disse, em prantos, ao pastor.
A partir desse dia, Sopheak iniciou sua caminhada como filho de Deus, discípulo.
Hoje, Sopheak pastoreia uma das igrejas implantadas pela Missão Adore no Camboja, terra onde os ensinamentos de Buddha estão impregnados na cultura, na devoção e na filosofia de toda a região. É nessa terra que Sopheak está a pregar e a viver o Evangelho, a gerar vida, a derramar a graça e o amor que aprendeu através de Jesus.
Luciana Leitão, Adore Brasil.